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11 março 2009

Assalto a mão armada

Fazem 2 dias que fui assaltada no meu serviço, era quase 20h, e eu estava organizando umas prateleiras, não tenho uma boa visão da loja, mas não sei se seria diferente. Um molecote apontou uma arma pra cara do meu cliente, no primeiro momento vi a cena, mas achei q era brincadeira, que eles se conheciam, ainda acho.
O cara deu um um empurrão com a mão direita no meu cliente enquanto ele dizia alguma coisa, depois mandou em dar o dinheiro, levei uns segundos pra cordenar, e dei, não tinha muito no cx, o cliente falava, eu fiquei muda acho.
Ele mandou irmos pro banheiro, eu vi a cara dele, mas eu não lembro minha memória é estremamente seletiva e aos poucos vai deletando a imagem daquele guri. Sim era um guri, não devia ter mais de 16, 17 anos, magro, apontando uma arma prateada, nunca tinha visto uma daquelas. Ele não tentou nos trancar no banheiro, nem levou minha bolsa, nem o monitor do micro q tava fácil.
Era um guri, que tinha uma arma na mão, que entrou de cara limpa e que parecia não saber como agir, mas ele tinha uma arma na mão, era uma arma prateada e ele ia usa-la, por que ele não tinha nada a perder...
Por pior que pareça, eu penso naquele menino, na escolha que ele tava fazendo pq ele realmente não parecia saber o que fazer e penso no modo como a gente reage frente a violência, virou normal, mesmo em cidades pequenas.
Sinto falta da Grenoble, e até mesmo de Brusque sinto falta de não estar assustada.

06 março 2009

Construir cansa...

Estou cansada , as últimas semanas tem sido uma verdadeira montanha russa...
A construção de uma casa que parecia ser um desafio virou um pesadelo, e os acabamentos um problema sem fim.
Nunca entendi muito bem pq alguém passa mais tempo no trabalho do que com sua família, ou pq diz eu preciso de uma cerveja pra aguentar o tranco.Mas depois dessa casa, que tem sugado minhas energias, posso dizer que entendo perfeitamente, prefiro estar no trabalho que é legal, a estar em casa, arrumando mudança, ou desencaixotando, ou mesmo brigando.Em outros dias, como o de hoje, a vontade é atirar tudo pro alto e sair pra tomar uma cerveja, ta bom, tomar um chima, ja me deixaria feliz.
Em suma essa construção me fez perceber por que as pessoas preferem estar na rua do que em casa e compreender que não tenho a menor vocação, vontade ou pasciência com machismo.
Por outro lado esse cansaço me obriga a pensar no por que me meti nessa história, e quanto mais eu penso menos gosto.
No momento tudo o que posso dizer é que estou cansada de brigar e perder, sim porque em 99% das vezes eu sedo ao machismo, simplesmente por que estou cansada de mais pra brigar, e pq não acho que vá conseguir fazer a diferença, e isso é horrivel, me sinto velha, por que perdi a vontade de brigar, e não mais sábia ou madura, por saber contonar.
Seria bom pelo menos um dia, achar que consegui fazer algo nessa construção que realmente valeu a pena e me sentir com o dever comprido e não uma pessoa desprovida de paixão que simplesmente briga pra manter-se viva a qualquer preço, mesmo que sem paixão.