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07 setembro 2010

Um tempo sem pressa

     O tempo passa independente de nossos desejos, e por mais ansiosa que seja, não consigo simplesmente parar de correr atrás dele.

Por praticamente um ano fui apenas a Bá, tentando encontrar respostas pras noites insones do meu anjo, tentando descobrir pq as coisas eram diferentes, e percorrendo caminhos não muito comuns pra uma criança de 1 ano.

Pensando no meu pequeno anjo e tentando entender de alergia alimentar, não tive tempo nem vonta de escrever sobre meus devaneios.
     
Hoje olho pra tras e não lembro de mim, dos meus medos ou anseios, apenas das divugalções sobre o mau estar que dificultava o ganho de peso e de altura do lindinho.

O estranho é que ele agora estando bem, me sindo com tempo de mais pra mim,kkk, e já não sei como me portar. Seus problemas não se resolveram de todo, mas melhoraram 95%, então sobraram 5%, que na maioria das crianças passaria despercebido.
    
Serei eu louca que fico usando lupa pra desvendar esses 5 % sem necessidade pra isso?

Hoje penso que seu sorriso cativante e seu bom humor delicioso, são provas de que tudo vai bem, e que minha relutância em apena curtir como tia esse momento, é um problema meu de carência com o tempo.

Me sinto praticamente uma impostora, por não contar ao mundo que ele melhorou e muito, mas ao contrário da maioria das pessoas que lidam com essas questões de alergia alimentar, que esperam a cura, eu nunca esperei, sabia que viria, mas como da outra vez levou 4 anos, imaginei q agora seria parecido e não 8 meses. O fato é que apesar de um diagnóstico fechado o desfecho tão surpreendemente rápido me criam dúvidas na alma...

Fico alegre pela oportunidade de voltar a consumir coisas proibidas, mas me inquieta a alma imaginar que tudo pode ter passado de ledo engano.

E se foi, será que o foi por conta da possibilidade de ter Doença Celiaca?

Já chorei  só de pensar, já sofri com o futuro, já me descabelei, mas com o passar dos dias, com a melhora do humor, cada vez mais acredito que meu senso de proteção exagerada me cegou e tudo não partiu de uma grande confusão. E mais uma vez sofro, por que não fui capaz de perceber, de parar o tempo, e poder apenas observar, sem pressa em descobrir, o que era apenas natural, apesar de incomum.

Será apenas a pressa em crescer, que atormenta minha alma e me faz esquecer tudo que vi e vivi?

Se o tempo não tivesse pressa , as coisas seriam diferentes?

Só o tempo dirá, e mais uma vez tenho pressa, pra desvendar o que ainda me atormenta a alma, seja pra confirmar uma suspeita, ou pra deixar claro um grande equivoco.